22/12/2016

Sobre perfeição e colocar pessoas em pedestais


Oeeees, como vocês estão, queridíssimos
Finalmente o natal tá chegando, o que significa que tudo tende a melhorar, então pensamento positivo que já já estaremos num lindo, brilhante e purpurinado 2017 ~! Hoje vou falar de uma coisa que vira e mexe é motivo pra vida dar uns tapas na minha carinha. Colocar pessoas em pedestais é uma das minhas especialidades, sério. 
O problema na verdade é idealizar as coisas.
Sempre que eu descubro algum artista (só um exemplo) minha tendência é enxergar a pessoa como a  mais perfeita e maravilhosa do universo, sendo que pode ser simplesmente alguém okzinho, mas que vende muito bem a ideia de que seu trabalho é, de fato, incrível. Quando se têm uma ideia muito enfeitada de algo ou alguém a tendência é achar que a sua mera existência nunca chegará aos pés da perfeição lá e, bem... Isso acaba com você por dentro. 
Por ser algo que por anos e anos tem me colocado em várias crises, acho interessante abordar aqui, afinal, quanto mais pessoas se conscientizarem de que colocar gente em pedestal é um erro e uma perda de energia enorme, melhor <3.

Comecemos pelo básico: como saber se estamos colocando alguém num pedestalzinho indevido?
O primeiro alerta é aquele aperto no coração quando se compara fulaninho com você. Se sente reduzido a poeirinha cósmica? Então ~

De primeira não parece algo tão ruim. Idealizar é algo quase pré-programado nos dias de hoje, ainda mais em tempos de vida perfeita de rede social, todo mundo parece realmente mais realizado e feliz que você. 
Antes eu não via muito problema em endeusar as pessoas, elas ficavam lá no meu hall da divosidade, eu podia lustrar mentalmente suas estátuas em ouro e passar horas e horas fantasiando sobre sequestrá-las como deveria ser incrível ser tão maravilindo e tal. Tudo muito bem, tudo muito bom, até quebrar a cara com a constatação real de que meus deuses tinham defeitos irremediáveis.

Um exemplo clássico: pessoas antipáticas que se mostram amáveis e humildes nas redes sociais/telas e quando você conhece leva uma patada de mamute na face de tanta decepção. Sim, isso acontece e infelizmente é bem comum.


Por mais que acreditemo com todas as nossas forças no caráter dos nossos ídolos, sejam quais forem, sempre passamos o filtro da perfeição por cima de personalidades humanas e isso sempre trás consequências ruins. 

Quando se trata de artistas que nada tem a ver com seu futuro profissional fica  um pouquinho mais fácil, ele tá lá no cantinho majestoso dele e você no seu plebeístico, certo? Mas e quando é um cara admirável na mesma área que você quer atuar? Aí complica, chuchu.

Um dos meus maiores desesperos é olhar pro trabalho de gente com anos de experiência e querer jogar tudo pro alto e virar uma ermitona numa ilha longinqua porque claramente nunca vou chegar no nível supremo de - insira o nome da pessoa que te faz querer desistir aqui -. O "não ser bom o bastante" começa com pequenas coisas, seja colocando seu trabalho no lixo mental por não se parecer com o do seu admirado ídolo, por admirar demais o que tá no quintal do vizinho e nem se dar a chance de tentar cultivar o seu próprio e por aí vai... Infinitos modos de acabar consigo mesmo.
Bem, pra se livrar de tudo isso, eis o remédio caseiro natural e sem contra-indicações: amor próprio em doses gigantes, idealização cortada pela raiz. 





É isso sabe, o melhor remédio contra praticamente todas as dores do mundo. Se gostar, ter paciência consigo mesmo e aceitar que tudo é um processo. A gente se cobra de mais ou se menospreza demais, enquanto enaltece os outros e nos coloca numa categoria incapaz ou a anos luz de chegar ao objetivo quando na verdade tudo se resolve com o fim da síndrome de madrasta interna e um bom abracinho mental na nossa parte fraca e desencorajada.
Acredito que essa seja uma das coisas mais difíceis de fazer na vida, porque por mais que tenhamos a sorte de ter gente a nossa volta que diga o quanto somos ótimos, o conflito por dentro leva um tempo até ser resolvido e cicatrizado. Por depender exclusivamente da pessoa que passou anos desacreditada mudar de atitude requer bastante energia e apoio, seja de gente, seja de pequenas ações boas pra você, colocar pra tocar músicas que você gosta, abrir uma exceção e comprar aquela coisa que te dá muita vontade de comer, pequenos mimos pra tirar um pouco a mão do chicote pra que, com o tempo, seja possível aposentá-lo.


Estamos sozinhos antes de mais nada, então nada melhor do que seguir sentindo que se tem a melhor pessoa possível né?

2 comentários:

  1. Natal passou e eu ainda estou aqui haha' como foi seu feriado? O meu foi em família e bem típico, com direito a perguntas bestas e as velhas histórias das quais já estou cansada de escutar XD
    Achei o assunto da postagem bem válido. Muitas vezes eu coloco as pessoas num pedestal e me reduzo ao pó, simplesmente por não me achar "suficiente" para estar num mesmo patamar que a outra pessoa. Aí esqueço que a pessoa está na área há bem mais tempo que eu, e que eu ainda sou uma aprendiz comparada a ela. É uma bola de neve que cresce e cresce (e cresce mais um pouco) e quando você menos espera *puf* você não fez nada para que chegasse perto de ser esse serzinho maravilhoso que você idolatra. Chega a ser triste.
    Sou muito idealizadora e ás vezes deixo minhas ideias de perfeição subir a cabeça, e isso faz um mal que olha... Mas vamos buscando o amor próprio, a água pra seguir adiante com a cabeça erguida e uma blusa estampada com frases motivacionais, né nom?

    Beijos!

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    1. Ah, foi okzinho, em família também. Sou um leão velhinho por dentro, então esse é meu modo preferido de passar feriados: em família com comida gostosa hahah.

      Uhum, tudo o que você disse é exatamente o que eu tento passar no post. Eu idealizo tudo com uma frequência assustadora e como sei que isso não é nem de longe saudável, sinto que quanto mais compartilhar os problemas que isso trás e como "resolver" melhor. As pessoas precisam aprender a não se comparar, é o início da desgraça! hahah

      Sim sim, é com vários mantras positivos e músiquinhas felizes a gente segue em frente, aos pouquinhos deixando de lado nossa madrasta-má interna. c:

      Até mais ~

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