11/12/2015

Troye Sivan e um conversinha sobre diversidade


Ois, 

A dois dias atrás nunca pensaria em escrever sobre o Troye. Ele é um cantor de pop/indie, achei que todos conhecessem a essa altura, afinal, ele até compôs pra trilha sonora de The Fault in Our Stars. Mas depois de indicar as músicas deles pra uns três amigos que nunca tinham ouvido falar de "Troy quem?" achei que seria legal falar dele à vocês.

Além de um pouco sobre quem ele é, seu estilo e suas músicas maravilhosíssimas, quero também abordar um tema em alta ultimamente, pelo menos em SP, que é a questão de diversidade de gênero e juntamente disso de orientações sexuais.

Os dois temas do post se inter-relacionam de uma maneira bem fluída e natural, então acho que vai ser uma escrita (e leitura, espero) bem gostosa.

Bora lá?



Então, Troye quem, certo?
É um garotinho de 20 anos (um bebê) nascido na África do Sul e que passou sua vida na Austrália. Meio youtuber, cantor, ator e compositor já apareceu em filmes como o X-Men e já tem músicas em OST (orignal soundtrack) de filmes populares, como a Culpa é das Estrelas, que mencionei na introdução do post.

Não nego que sei muito pouco sobre o humano "Troye Sivan". O que me cativou não foram os vídeos, nem a carinha fofa, mas os clipes. Três em especial, que abordam sexualidade, dramas familiares e infelizmente, a realidade de algumas pessoas até hoje.

Em Blue Neighbourhood, seu álbum e também a "trilogia" de clipes, Troye retrata a história de dois amigos de infância que, ao crescerem descobrem ter sentimentos afetivos um pelo outro e, por intolerância do pai de um deles, acabam tendo suas vidas desfiguradas e traumas numa dinâmica real, visceral e "narrada" ao som das músicas do garoto.

Pra abrir a discussão sobre gênero, apresento os vídeos e aviso: deixem a sensibilidade aflorar e permitam-se sentir tudo que a história propõe, pois é, também, nas histórias dos outros que crescemos e evoluímos.

1 - WILD




2 - FOOLS (aka o som do meu coração ao ser despedaçado)




3 - TALK ME DOWN




Já deu tempo praquele chorinho guardado no fundo da gaveta da alma? Então podemos começar a falar sobre gênero. Porque, nada é mais íntimo que isso, não é mesmo?


De alguns anos pra cá muito vem sendo dito sobre o assunto. Muitos tabus foram quebrados e cada dia mais e mais canais de informação surgem internet a fora falando sobre isso. O mais importante é: a grande massa de pessoas que povoa o mundo atualmente, se sente confortável com a questão de gênero e sexualidade?

Eu, particularmente, penso que não ainda.


Num mundo globalizado é muito fácil se enganar ao acompanhar somente o que um apanhado de pessoas com as mesmas ideias que você cultua e pensar "Poxa, o mundo está mudado, e para melhor! Hoje em dia somos todos tão mais abertos e respeitosos -Uau-!". Enquanto na realidade um grande número de pessoas segue na ignorância ou na hostilidade e você é induzido a não enxergar estes absurdos encobertos pela sua camada de "preferências" reconhecidas pelos mecanismos de troca de dados da nuvem.

Grandes avanços aconteceram, claro. A dez anos atrás nunca pensaríamos em ver gays ou trans falando sobre suas escolhas e sentimentos num espaço público, hoje isso é mais do que comum. O problema está em onde isso é uma prática comum. Não temos uma homogeneidade quanto a liberdade de escolhas e aceitação da natureza alheia no mundo todo.

 Há lugares em que ainda há pais (não me refiro a qual dos dois) que espancam filhos por questões de gênero e isso acontece com a total ou parcial aceitação da sociedade em que estes estão inseridos. Seja por omissão de ajuda para a vítima ou pelo (absurdo e inumano) incentivo a tais práticas, ainda vivemos numa Terra em que pessoas se veem no direito de cercear as outras quanto a seus afetos e, mais do que isso, pessoas que se sentem na posição de ensinar o que é certo.

Beleza, depois do triste choque de realidade, como é que se faz pra tentar dar um jeito nisso tudo?
Nada é simples, mas algumas ações simples fazem uma enorme diferença, basta isto: ser e apoiar quem é  pró-liberdade.

Como fazer isso é uma pergunta que abrange uma série de respostas possíveis, dentre elas, temos:


  • Buscar por informações acerca das diferenças, sejam elas de gênero, orientação sexual, o que for, é sempre bom  entender o outro para compreendê-lo como um ser com peculiaridades e que merece respeito por tudo que é.


  • Divulgar ativistas e pessoas que tem influência em projetos a favor da liberdade e proteção dos direitos humanos, isso faz com que suas ideias cheguem a cada vez mais pessoas e pouco a pouco conscientizem e acolham quem precisa.


  • Militar, de leve ou de forma ativa, você pode se juntar a coletivos que promovam ações conscientizadoras como publicações de zines e textos, músicas, intervenções artísticas, de apoio a vítimas de abuso etc, basta escolher o que mais combina com suas habilidades ou disposição e dedicar o tempo que quiser para fazer parte da "causa". 


{   No caso da militância de leve, publicar ideais e informações e divulgar eventos de mobilização em redes sociais além de compartilhar com seu círculo de pessoas as ideias de respeito também são uma forma de dentro da sua zona fazer a diferença.   }

Então, seja como for, deixo aqui a sementinha pra que todos que leiam tenham um comichão e façam a diferença, porque a cada pessoa que respeita, uma outra tem uma chance de mundo melhor e isso importa muito.

E agora, só pra deixar o clima um pouquinho mais leve, um vídeo bem meiguinho do Troye, só pra dar aquela derretida e mostrar como independentemente de quaisquer características, somos todos pessoas que merecem compreensão.



 Até a próxima ♥

7 comentários:

  1. Ah, eu gostei das músicas do Troye e dele mesmo! Nunca havia ouvido falar (isso tá certo?) dele e gostei de conhecê-lo. Foi pra playlist do spotify. Mas eu gostei mas de Wild >3< E realmente o mundo está bem mais "aberto" a diversidade de gênero, mas ainda existem muitos tabus a serem quebrados! ;)
    ღmikicandyღ

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    1. Nhaa, que bom que gostou! Ele é uma gracinha haha. Wild é linda também, é que Fools pra mim é um soco no estômago mesmo por uma série de razões, mas acho as outras músicas igualmente boas.

      Espero que um dia a gente consiga chegar ao menos perto dos padrões desejados de respeito. Nunca perder a esperança é difícil, mas seguimos em frente!

      Atés, Sakura ~

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  2. Se eu fosse um dos seus amigos não virtuais, teria reagido da mesma maneira: Troy quem? Haha, mas como explicou direitinho, agora já sei. Também não conhecia nenhuma das suas músicas, mas até gostei bastante e fico contente por ele tratar dessas temáticas. Aliás: por mais recorrente que se esteja a tornar, a representatividade é das minhas temáticas favoritas e considero-me grandemente apoiante dela, tendo já feito várias postagens sobre o assunto nesta label (caso vá dar uma olhada, os posts mais recentes são melhorzinhos): http://4ever-sapo.blogspot.pt/search/label/representatividade

    Tendo a defender que a mídia deveria representar integrantes da comunidade queer menos estereotipadas, tentando encaixá-las na sociedade e não dar-lhe sempre todo o destaque. Também defendo que, embora as histórias sobre romance e dramas que já foram feitas, refletindo os pesadelos/obstáculos pelos quais muitas pessoas homossexuais ou whatever passam, sejam importantes, seria importante também integrar a comunidade LGBT em:
    1) histórias normais NÃO focadas nos dramas pessoais dessas pessoas, da mesma forma que qualquer personagem seria inserida em qualquer história, "normalizando-as"
    2) histórias de ação, derrube de governos, etc, e com um final digno onde o par amoroso não sofresse um final trágico [e até agora, só vi isso em No.6 (que tem livros, mangás e anime, mas eu só adoro realmente os dois primeiros formatos) e na 4ª temporada de Avatar Korra]

    Eu sou do tipo de pessoa que realmente acredita que o mundo já mudou um bom bocado - e mudou. Aliás, embora Portugal seja um país de tacanhos, é também um país que na maior parte das vezes não dá a mínima, e embora por vezes ainda estranhe uma orientação sexual diferente da mais comum, a reação é tipo: "Oh, bem, tu é que sabes". Há aceitação - por vezes associada a indiferença, o que nem é exatamente bom, ou noutras vezes é uma aceitação sincera e mais profunda, consideravelmente melhor. Pois acima da orientação sexual, está uma identidade, e algumas pessoas demoram a chegar a essa conclusão. Portanto concordo plenamente com essa questão que você levantou: embora a mudança seja inegável, não se deu de forma homogénia.

    "Algumas ações simples fazem uma enorme diferença" <===THIS SUPREMO (este é o tipo de frase que copio da Hinata, ela passou-me muitos hábitos dela)

    Eu adorei o seu post, por um lado por confirmar o que tenho achado desde a postagem anterior - ou seja, que mais alguém é apoiante da comunidade queer - por outro lado porque está divinamente bem escrito e procura consciencializar as pessoas. Além disso, vai para além da teoria, dando sugestões de coisas que a sociedade pode pôr em prática para não dificultar tanto a dita integração, e eu pretendia precisamente fazer um dia no meu blog um artigo com informativo sobre os tipos de orientação sexual e género mais comuns.

    Jaa!

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    1. Ah, sim o Troye é meio desconhecido ainda, apesar de cantar pop, achei engraçado isso. Geralmente essas pessoas explodem na mídia, mas ele ainda tem aquele toque de indie que acho que restringe o público um pouco, talvez (melhor ainda, porque indie pop é um amor).

      Ah, lerei depois sua "coluna" de posts a respeito, porque também é um tema que me interessa demais!

      Simmm! Exatamente, é mega importante ter histórias slice of life com esses personagens de diferentes orientações. Afinal de contas, que maneira melhor de integrar alguém e fazê-lo se sentir normal do que mostrar uma produção focada na total normalidade de uma vida que podem, de fato, levar? Concordo totalmente c: .

      Com relação a histórias de ação, há poucas mesmo, eu considero Dramatical Murder um exemplo com alguns excessos, mas ainda assim conta; outro é o casal gay de The Mortal Instruments, Alec e o Magnus (amores da minha vida hoje e sempre). Eles tem também todo o background das dificuldades entre aceitação etc, mas tem um desenvolvimento legal e papel não atrelado a orientação na trama da história geral.


      Nossa sim, eu super apoio! Sempre quis fazer algo assim (o post informativo), pois é algo sempre tão complexo e cheio de desembramentos (é só ir atrás dos tipos de assexuais que você já se perde na categorização haha). Recomendo, caso não conheça o Canal das Bee, um canal no youtube suuuper hiper legal e que fala abertamente sobre tudo isso de forma bem divertida e sem censuras.

      É sempre um prazer ver mais e mais pessoas que compartilham das mesmas ideias de mundo que eu hehe, ainda mais as pró-liberdade <3.

      Um beijo, Any!

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    2. Agora ainda não posso "responder à resposta" do comentário, mas obrigada pelas recomendações E estou a preparar uma surpresa de natal, então preciso que me responda à pergunta daqui:

      http://4ever-sapo.blogspot.pt/p/que-personagem-querem-que-vos-represente.html

      Já agora, aceita afiliação?

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  3. Olá, gostei do seu post, aliás primeira vez que estou aqui c: Bom, você colocou várias coisas sobre ele e sobre o que acha e sobre o que devemos fazer para respeitar uns aos outros, pelo menos foi o que eu entendi... cara... nem sei o que falar, tipo... calma.

    Agora SIM! Vamos começar por passos!
    Primeiramente, eu gostei dele, é bonitinho e tals, além de ter talento, foi uma exção das músicas que eu gosto (porque eu costumo não curtir músicas calmas), mas acho que foi o talento dele mesmo :3 Ele é muito bom!

    Segundo que, acho que realmente deve ter respeito à todos. Há ainda muito préconceito em vários quesitos. sobre sexualidade, estereótipos, racialidade... acho que todos deveriam aceitar. Por que ser preconceituoso é ridículo! falo mermo ù_ú O cú é dele e ele senta onde ele quer!

    Eu sei que tem esse negócio de religião e tals, pessoas que acreditam deem um jeito de chegar na resposta sobre qual seguir? Respeitar a sexualidade ou a religião ou os dois ao mesmo tempo ou nenhum ao mesmo tempo, ou não sei. Tem tantas coisas que eu ainda não sei T3T e provavelmente eu nunca vou saber BUAAA, é algo muito complicado de se pensar, até mesmo se relacionar com direitos humanos e religião que é algo que não bate muito bem da cabeça, se você pensar bem seu cérebro vai ficar bugado ç-ç

    Bom, a minha opinião sobre preconceito, e blá blá blá, é que eu respeito. Ainda não sei se sou capaz de mudar umaa pessoa da forma que ela pensa, por exemplo pra respeitar uma coisa que ele não respeitava (?) mas né...? Tentar, se não tentar não se consegue -qq

    Eu posso estar falando de direitos humanos, vontades, desejos, preconceito, pode parecer que não tem nada a ver, mas dentro do meu cérebro eu consigo relacionar tudo isso @_@ É, eu sou doida -qq me ignore, vou até parar por aqui, se não o comentário vai acabar virando um post. Enfim, Parabéns. Eu gostei desse carinha (já me inscrevi no canal dele -q)

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    1. Ois, que bom que gostou do post! É super saber que mais gente concorda com ideias como respeito as diferenças e também que curtam o Troye hahah.

      Eu tenho mania de abraçar causas, o que é complicado, como é o caso das divergências entre gênero, etnia etc (como você mesma falou ainda é muita coisa e se ficarmos muito tempo pensando nisso nosso cérebro dá uma queimadinha de leve haha).

      Sabe, qualquer um é capaz de mudar o modo de pensar do outro, contanto que essa pessoa esteja pronta pra ouvir e entender algo novo. Cada um na sua fase de fazer (ou acreditar) a coisa certa, né?

      Fico feliz por comentar Naka, de verdade c:

      Sinta-se a vontade pra deixar grandes textos sempre que quiser, adoro saber o que os outros pensam.

      Beijo e até mais

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